Resumo:
A atividade da pesca artesanal é ancestral, e vem sendo transmitida de geração em geração, sendo o trabalho exercido individualmente ou com a participação da família. Antes, esse ofício era exclusivo dos homens, porém, as mulheres modificaram o cenário e, hoje, formam grupos de pescadoras organizadas. A prática dessa atividade tem grande importância para as famílias por ser fonte de renda e de proteína animal, proporcionando segurança alimentar e contribuindo para a redução das desigualdades sociais. Desta forma, o Governo do Estado do Ceará, através do Projeto Paulo Freire (PPF), em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), vem fomentando e investindo em projetos de pesca artesanal em 31 municípios do Ceará com o intuito de redução da pobreza na zona rural. Entre os 533 planos de investimento nas comunidades de atuação do PPF, essa atividade está presente em 13 deles (2,5%), dos quais 33% estão sendo gerenciados por mulheres, constatando-se um aumento da participação feminina nesta atividade, que beneficia diretamente 222 famílias. O Projeto Paulo Freire vem demonstrando um processo viável e eficiente de inclusão de populações empobrecidas com um olhar especial para a participação, em todas as etapas, de mulheres e juventudes enquanto públicos prioritários. Essa ação se dá de forma contextualizada com vivências e práticas já realizadas por essas famílias. Isso garante, além da superação rápida de desigualdades, a possibilidade de escalonamento da experiência em outros territórios, pelo simples e relativamente baixo investimento, quando se observa cada unidade familiar, demonstrando rápida melhoria de condições socioambientais e econômicas.