Caderno Pró-Semiárido vol 04: Agroecologia e assessoramento técnico contínuo: histórias de sucesso em territórios rurais
Silva, Adão; Santos, Adilson; Nascimento, Adriana; Chagas, Amadeu; Ribeiro, Bruna; Gonçalves, Bruno; Alves, Carlos Vitor; Ramos, Carlos Henrique; Lima, Daniela; Martins, Danielle; Santos, Dilmo; Ferreira, Dulce; Andrade, Edicarla; Amorim, Edinélia; Amarante, Emanoel; Goes, Fabíola; Andrade, Fernando; Silva, Givanildo; Santos, Jaileckson dos; Lima, Jaiane; Souza, Jean; Lopes, Júlio; Souza, Lucas; Silva, Margarida; Souza, Meirelle; Maia, Rejane; Andrade, Rivalda; Borges, Rogério; Amim, Sergio; Magalhães, Telma; Leonam, Victor; Maciel, Victor
Data:
2024
Resumo:
O Pró-Semiárido rompeu com o clientelismo e democraticamente chegou aos mais pobres com um método de
seleção das comunidades de maneira justa, utilizando-se da teoria de desenvolvimento territorial de planejamento
ascendente e endógeno. Rejeitou as diretrizes da velha forma de assessoramento aos agricultores que transmite
pacotes tecnológicos e reproduz os preceitos da revolução verde, ao mesmo tempo em que adotou um processo
de Assessoramento Técnico Contínuo (ATC). Com base no construtivismo de Piaget, na dialogicidade crítica de
Paulo Freire e na teoria da complexidade de Edgar Morin, adotou a agroecologia nas suas dimensões científicas,
tecnológicas e de movimento político-social, onde o saber do agricultor foi considerado e junto aos saberes da
equipe técnica, construíram um conhecimento novo. Reforçou-se a isso a instalação de um processo de formação
continuada de técnicos e agricultores através da criação de um Núcleo de Estudos em Agroecologia e Convivência
com o Semiárido (NEACS).
O modelo de agricultura convencional, originado da revolução verde e baseado em tecnologias de mobilização
intensiva do solo, sementes geneticamente modificadas, uso acentuado de agroquímicos e monocultura, embora
alcance altos índices de produtividade, tem se mostrado socialmente excludente e prejudicial ao meio ambiente.
Isso potencializa problemas como a perda do controle de produção, redução da mão de obra, exclusão da agricultura familiar, perda de autonomia e dependência de insumos externos à propriedade. Além disso, a resistência
progressiva dos insetos-praga aos agrotóxicos, a deterioração da fertilidade dos solos e a ausência de biodiversidade funcional nos agroecossistemas são características desse modelo de produção.
Diante disso, a opção do Pró-Semiárido por uma construção agroecológica com as famílias agricultoras e as
equipes de ATC contribuem com o desenvolvimento rural sustentável em sua área de intervenção. A partir dos
princípios da Agroecologia e do seu potencial técnico científico, o Projeto vem colaborando com as famílias. No
sentido de um redesenho dos seus agroecossistemas, isso é feito mediante o fomento de atividades financiadas
pelos Planos de Investimento dos Territórios Rurais e a construção de um conhecimento novo. A partir de Rodas
de Aprendizagem, experimentação local e dias de estudo preparatórios realizados pelas equipes técnicas.
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