Resumo:
“Água Viva: Mulheres do Semiárido” é uma publicação do Centro Feminista 8 de Março que traz o resultado de experiências desenvolvidas no projeto: “Água Viva: Mulheres e o redesenho da vida no semiárido do Rio Grande Norte”, co-finan - ciado pela União Europeia. O projeto “Água Viva” consiste no reaproveitamento da água do consumo doméstico para a produção agrícola. Deste modo, toda a água das pias, de roupas, louças e banho, que antes eram descartadas e muitas vezes ficavam empossadas nos quintais, passa, a partir dessa tecnologia social, por um processo de filtragem, garantindo características físico-químicas adequadas para a agricultura, passando a ser utilizada para o cultivo de hortaliças e frutas. As primeiras tecnologias foram instaladas no assentamento Monte Alegre I, no munícipio de Upanema, no Oeste potiguar. Em 2015 a experiência venceu o prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecno - logia Social, na categoria mulheres. Essa premiação possibilitou que a replicação da tecnologia em outras comunidades, trabalho este que o Centro Feminista vem desen - volvendo desde então. A partir de uma leitura feminista sobre mulheres e semiárido, nesta publicação, falaremos sobre a experiência de reuso de água construído por mulhe - res, através da auto organização e da convivência com o semiárido como alternati - vas para construir sua autonomia e seu reconhecimento enquanto sujeitas de suas próprias vidas. Falaremos também sobre o surgimento do projeto “Água Viva” e os resultados positivos que ele vem trazendo para a vida das mulheres. Por fim, apresentamos passo a passo o processo de construção do sistema de reaproveitamento da água cinza, esperando que isso possa servir de guia e inspirar novas pessoas e instituições a desenvolverem essa tecnologia como forma de contri - buir com a autonomia das mulheres em suas comunidades.