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https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/1665
Título: | Cactário Guimarẽs Duque: espécies da coleção botânica do INSA |
Autor(es): | Batista, Fabiane Rabelo da Costa Almeida, Erton Mendonça de Alves, Lânia Isis Ferreira Silva, Pollyana Karla Neves, José Achilles de Lima Freitas, Juliana Gomes |
Palavras-chave: | Cactaceae Catálogo Caatinga Semiárido brasileiro |
Data do documento: | 2018 |
Editor: | INSA |
Citação: | BATISTA, F. R. C. et al. Cactário Guimarẽs Duque: espécies da coleção botânica do INSA. Campina Grande, Paraíba: Instituto Nacional do Semiárido, 2018. |
Resumo: | O Instituto Nacional do Semiárido (INSA) nasceu como produto da demanda de um povo que se acostumou a conviver com as desigualdades da sociedade, as irregularidades das chuvas e os longos períodos de estiagem que assolam a região semiárida brasileira. Como produto dessa irregularidade climática, está assentado no solo dessa região o único bioma exclusivamente brasileiro, a Caatinga. No dizer do Prof. Alberício Pereira de Andrade que atuou como diretor substituto nos primórdios do INSA, a Caatinga é um bioma com uma riqueza florística que rivaliza com a Mata Atlântica. Embora não me arrisque a entrar no mérito do ponto de vista do Dr. Alberício, tenho que reconhecer a Caatinga como um bioma rico e ainda muito pouco conhecido em termos florísticos, especialmente no que diz respeito a sua flora herbácea, um bioma “abençoado por Deus e bonito por natureza”. Falar de Caatinga é falar em Cactaceae. Não é, de forma alguma, a família mais diversa do Semiárido brasileiro. O banco de dados da Flora do Brasil 2020 registra para o bioma Caatinga um total de 25 gêneros e 97 espécies de Cactaceae, muito menos do que os 128 gêneros e 611 espécies de leguminosas, os 93 gêneros e 342 espécies de gramíneas ou os 31 gêneros e 229 espécies de Euphorbiaceae. Contudo, são as cactáceas que mais nos chamam a atenção ao longo de uma estrada ladeada pela Caatinga, com seus candelabros vivos a se destacarem no céu azul. Falar em Caatinga é lembrar os pioneiros que estudaram a botânica e a zoologia desse bioma. É falar em Carl Friedrich Philipp von Martius, o idealizador e primeiro coordenador da Flora Brasiliensis, que juntamente com o zoólogo Johann Baptist von Spix, empreenderam a memorável viagem pelo Brasil, iniciada em 1817 no Rio de Janeiro e finalizada 1820 na Amazônia, com duas passagens pelos sertões da Bahia, em 1818. É falar em George Gardner, com suas longas viagens pelo Brasil, incluindo os sertões da Bahia, Pernambuco, Ceará e Piauí (que também incluiu os estados de Minas Gerais e Goiás), entre os anos de 1836 e 1841, tendo coligido cerca de 60.000 espécimes de plantas. É falar, finalmente, em Philipp von Luetzelburg, engenheiro alemão contratado pela então IOCS (Inspetoria de Obras Contra as Secas), depois IFOCS (Inspetoria Federal de Obas Contra as Secas) e, finalmente, DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) para estudar as plantas da Caatinga, certamente o mais “nordestino” dos botânicos estrangeiros desse período das grandes excursões botânicas. Finalmente, falar em Caatinga é falar do “Cactário Guimarães Duque” uma iniciativa pioneira do INSA na montagem da primeira coleção de plantas exclusivas da Caatinga brasileira. A iniciativa de construção do Cactário do INSA foi do então pesquisador e eng. agrônomo Arnóbio de Mendonça B. Cavalcante, que iniciou em 2014 uma coleção formada, principalmente, por espécies ornamentais importadas e algumas espécies nativas de nossa flora. Com a saída do Dr. Arnóbio do INSA, a também eng. agrônoma e pesquisadora do INSA, Fabiane R. C. Batista, assumiu a coleção, que passou a ter seu foco voltado para os cactos nativos, especialmente os de ocorrência no Semiárido brasileiro. Algumas excursões foram realizadas por sua equipe, resultando na ampliação da coleção, com o aporte de plantas nativas que foram coligidas, catalogadas e tombadas. Aproximadamente quatro anos após sua inauguração, o Cactário dispõe de um acervo formado por 133 espécies de cactos e outras suculentas, cerca de 800 espécimes cultivados, além de uma coleção in vitro, com 27 espécies distribuídas em 12 gêneros. O livro Cactário Guimarães Duque é o produto escrito desses quatro anos de existência da coleção viva. Mais do que isso, é uma obra que possibilita a identificação de muitas espécies nativas das cactáceas do Semiárido brasileiro. Todas estão sumariamente descritas e ricamente ilustradas, com fotos tomadas no campo e obtidas também a partir de plantas cultivadas. O INSA está de parabéns pela formação dessa preciosa coleção de cactáceas. Estão de parabéns os autores pela iniciativa de tornar realidade o sonho de se ter a primeira coleção exclusiva do Semiárido brasileiro, que possibilitará o desenvolvimento de pesquisas nas mais diversas áreas do conhecimento. Certamente muitos novos táxons serão descritos a partir desse material cultivado. É um privilégio termos acesso a essa coleção e a essa obra que permite a correta identificação botânica desses belos cactos que nos cercam. Estão de parabéns os antigos botânicos que lançaram as bases para o conhecimento botânico atual, que originaram a monumental Flora Brasiliensis de Martius, o Travels in the Interior of Brazil de George Gardner e os três volumes do Estudo Botânico do Nordeste de 1922-1923 de Luetzelburg, uma visão fotográfica do Brasil da década de 1920. A todos, aos autores de hoje e aos velhos botânicos, meu muito obrigado! |
URI: | https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/1665 |
ISSN: | 978-85-64265-38-7 |
Aparece nas coleções: | Agroecologia |
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