Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/1692
Título: | Agroecological cropping systems: decoloniality and resistance Sistemas de cultivos agroecológicos: decolonialidade e resistência |
Autor(es): | Mendonça, Maria Alice Fernandes Correa Cardoso, Irene Maria Wilson, Alexandria Jeanne |
Palavras-chave: | Agricultura - Brasil Brasil - Colonização Agricultura familiar Agrossilvicultura Ancestrais |
Data do documento: | 29-Jul-2021 |
Editor: | Universidade Federal de Viçosa |
Citação: | WILSON, Alexandria Jeanne. Sistemas de cultivos agroecológicos: decolonialidade e resistência. 2021. 156 f. Dissertação (Mestrado em Agroecologia) - Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 2021. |
Resumo: | The colonization of Latin America was a violent invasion that destroyed diverse cosmovisions and instituted monocultures not only in the fields, but in thoughts as well. The effects of colonization continue to this day through structures of modernity and coloniality, further invalidating diverse cosmovisions and instituting exploitative practices uniquely expressed in industrialized, so-called modern agriculture. With this form of agriculture, intensive monoculture farming systems to meet the demand of international commodity markets were created that have degraded and devalued the biodiverse farming systems created by indigenous and African people that value synergies between non-human beings, between human beings, and between human and non-human beings in nature. Monocultures promoted by industrialized agriculture disconnected ancestral and spiritual ties to the land. In Brazil, one of the major monocultures produced for commodity consumption is coffee. Coffee monocultures in the Zona da Mata of Minas Gerais, Brazil, were intensified during the Green Revolution and caused environmental degradation and increased social inequality. In recent decades, agroecology and peasant farming have encouraged the diversification of cosmovisions and agricultural practices that have ancestral or spiritual influence. In response to the issues created by industrialized coffee production, peasants, researchers, and NGO employees came together to design agroforestry systems for the region and established a strong agroecological movement. This dissertation sought to understand how the peasant ancestrality and spirituality contribute to break structures of coloniality, identify the characteristics of decolonial action present in agroforestry systems, and analyze how the themes of cooperation, nature, and biodiversity and its functions present through the agroforestry systems and can strengthen the resistance of farmers. To achieve these objectives, secondary data were analyzed using bulletins, called "Nossa Roça" bulletins, created through collective writing with agroecological farmers in the Zona da Mata. It was identified that the agroecological farmers of the Zona da Mata incorporate their ancestry, spirituality and religiosity into their agricultural practices, allowing them to resist colonial structures such as the pressure to use agrochemicals and modern perceptions of nature. Through actions and their cosmovisions, agroecological farmers of the Zona da Mata resist against and break structures of coloniality. Through these physical and epistemological acts, agroecological farmers sow the seeds of resistance and cultivate their own pluriverses, which, in this research, were considered decolonial acts. It was also identified that agroecological farmers used their agroforestry systems to reconnect with nature and increase the biodiversity of their agroecosystems. The connections to cooperation, nature, and biodiversity that agroforestry systems allowed farmers to create a break from colonial and modern perceptions. The design of agroforestry systems in the Zona da Mata could also present itself as the materialization of a pluriverse. Keywords: Coloniality. Agroforestry Systems. Ancestrality. Spirituality.Family Agriculture. A colonização da América Latina foi uma invasão violenta que destruiu diversas cosmovisões e instituiu monoculturas não só nos cultivos, mas também nos pensamentos. Os efeitos da colonização continuam até hoje através de estruturas de modernidade e colonialidade, invalidando ainda mais diversas cosmovisões e instituindo práticas exploratórias expressas de forma singular na agricultura industrializada, chamada de moderna. Com este tipo de agricultura, sistemas intensivos de cultivo de monoculturas para satisfazer a procura dos mercados internacionais de mercadorias foram criados e que degradaram e desmereceram os sistemas de cultivo biodiversificados criados por povos indígenas e africanos que prezam pelas sinergias entre os seres não humanos, entre os seres humanos e entre os seres humanos e não humanos da natureza. As monoculturas promovidas pela agricultura industrializada desconectam os laços ancestrais e espirituais com à terra. No Brasil, uma das principais monoculturas produzidas para consumo de mercadorias é o café. As monoculturas de café na Zona da Mata de Minas Gerais foram intensificadas durante a Revolução Verde e causaram degradação ambiental e aumento da desigualdade social. Nas últimas décadas, a agroecologia e a agricultura camponesa encorajou a diversificação das cosmovisões e das práticas agrícolas que têm influência ancestral ou espiritual. Em resposta às questões criadas pela produção industrializada de café, camponeses, pesquisadores e técnicos de ONG juntaram-se para conceber sistemas agroflorestais para a região e estabelecer um forte movimento agroecológico. Esta dissertação objetivou entender como a ancestralidade e a espiritualidade camponesa contribuem para quebrar estruturas de colonialidade, identificar as características da ação decolonial presente nos sistemas agroflorestais e analisar como os temas de cooperação, natureza e biodiversidade e suas funções presentes através dos sistemas agroflorestais e podem fortalecer a resistência dos agricultores. Para alcançar estes objetivos, dados secundários foram analisados utilizando para isto boletins, denominados “Nossa Roça”, criados através de escrita coletiva com agricultores agroecológicos na Zona da Mata. Identificou-se que os agricultores agroecológicos da Zona da Mata incorporam a sua ancestralidade, espiritualidade e religiosidade nas suas práticas agrícolas, permitindo-lhes resistir às estruturas coloniais tais como a pressão para utilizar agroquímicos e as percepções modernas da natureza. Através de ações e de suas cosmovisões, os agricultores agroecológicos da Zona da Mata resistem contra e quebram estruturas de colonialidade. Com estes atos físicos e epistemológicos, os agricultores agroecológicos semeiam as sementes da resistência e cultivam os seus próprios pluriversos, que, nesta pesquisa, foram considerados atos decoloniais. Identificou-se também que os agricultores agroecológicos utilizavam seus sistemas agroflorestais para se reconectarem com a natureza e aumentar a biodiversidade de seus agroecossistemas. As ligações com a cooperação, natureza e biodiversidade que os sistemas agroflorestais permitiram aos agricultores criar uma ruptura com as percepções coloniais e modernas. A concepção de sistemas agroflorestais na Zona da Mata poderia também apresentar-se como a materialização de um pluriverso. Palavras-chave: Colonialidade. Sistemas Agroflorestais. Ancestralidade. Espiritualidade e Agricultura familiar. |
URI: | https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/1692 |
Aparece nas coleções: | Agroecologia |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
texto completo.pdf | 1,26 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.