Projeto Paulo Freire em Números: autonomia e vida digna no Semiárido cearense

Abstract

As qualidades do Projeto Paulo Freire – uma parceria do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Agrário (SDA), e do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida) – são incontestes. Este documento busca estimar a dimensão que o Projeto alcançou e as transformações dele decorridas. Projeto Paulo Freire em Números: Autonomia e Vida Digna no Semiárido Cearense vem, assim, oferecer a seus leitores e leitoras números que demonstram o quão representativa foi essa experiência. Ao mensurá-los, fortalecemos a ideia de que as contribuições construídas coletivamente – com mais de 54 mil famílias em 600 comunidades rurais do Semiárido cearense – são resultado da perspectiva interdisciplinar que propiciou autonomia e libertação dos sujeitos. Nessa festa da colheita do Projeto Paulo Freire, sistematizamos, juntamos e contamos os frutos, olhando também para as sementes plantadas. Colhe-se, hoje, os frutos originários dos ideais do Projeto, que favoreceram reflexões da realidade tanto do sujeito quanto do coletivo na busca de alternativas para os desafios do cotidiano, na superação das situações de pobreza rural e na consolidação de uma vida com mais dignidade no Semiárido. Os números aqui apresentados foram construídos de formas diversas e com metodologias apropriadas, experimentadas ao longo dos seis anos de sua execução no Ceará. São mais do que números, são rostos, almas e um coletivo representativo. Os dados trazidos traduzem, ainda, a construção e o desenvolvimento das capacidades dos indivíduos e de suas organizações comunitárias e produtivas na perspectiva agroecológica, considerando as questões de gênero, raça, etnia e de geração. Esses fatores foram fundamentais ao propiciar condições de empoderamento a essas famílias rurais pobres e apoiar o fomento de dinâmicas de inovação agrícola e de organização social. Como resultado, o Projeto Paulo Freire estruturou caminhos voltados para a constituição de graus de autonomia econômica, técnica e cultural com base na utilização dos recursos locais e de tecnologias sociais adaptadas às condições do Semiárido cearense e para a revitalização da reciprocidade típica das comunidades rurais camponesas do estado do Ceará. Assim, resta-nos agradecer às famílias agricultoras que acreditaram no Projeto Paulo Freire e ajudaram a construir, dia a dia, uma visão de desenvolvimento rural includente junto com as equipes de assessoria técnica contínua e da Unidade Gestora do Projeto, os representantes do Fida, os demais parceiros e a condução dos gestores da SDA.