Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/2543
Título: | As dinâmicas comunitárias: um olhar para as comunidades desde o que as pessoas fazem na sua vida cotidiana |
Autor(es): | Forero, Luis Felipe Ulloa Buriti, Catarina de Oliveira |
Palavras-chave: | Pessoas Paisagens Natureza Exclusão social Dinâmicas comunitárias Pessoas e comunidades Assentamentos urbanos Favelas Forero |
Data do documento: | 2017 |
Editor: | INSA |
Citação: | FORERO, L. F. U; BURITI, C. O. As dinâmicas comunitárias: um olhar para as comunidades desde o que as pessoas fazem na sua vida cotidiana. Campina Grande, Paraíba: INSA, 2017. |
Resumo: | A presente publicação compartilha com o leitor uma categorização e um conjunto de conceitos que podem subsidiar, metodologicamente, a compreensão holística de comunidades de referência territorial. Os autores propõem um olhar analítico de doze dinâmicas comunitárias, nas quais podem agrupar-se às distintas práticas que desenvolve a comunidade na sua vida cotidiana. Desta forma, a delimitação das dinâmicas é uma maneira de estruturar a movimentação comunitária diária, ou seja, o que as pessoas que a compõem costumam fazer. Cada dinâmica comunitária pode ser percebida como um corredor que está vinculado, integrado, com mais ou menos destaque, a outros corredores (às outras onze dinâmicas comunitárias). Quando você decide explorar com atenção um destes corredores, vai encontrar, com maior ou menor dificuldade, conexões com os outros. O leitor vai encontrar nesta publicação as descrições das dinâmicas comunitárias e dos conceitos e elementos a elas associados. Também várias dicas sobre como fazer a exploração das dinâmicas. Assunções. Fazemos isso desde o reconhecimento da complexidade das diferentes situações da vida, assumindo o poder de criar nossas novas categorias; e aceitando o desafio de mudar a linguagem como condição necessária, mas não suficiente, para mudar a vida, e sempre tentando conseguir uma vida boa para todos. Tripla harmonia. Quando falamos de “uma vida boa” estamos destacando a necessidade de buscar permanentemente, em todas as nossas ações, a tripla harmonia: harmonia de cada pessoa ou grupo de pessoas com os outros, harmonia das pessoas com a natureza, e harmonia de cada pessoa consigo mesma. Você vai ver que estamos nos integrando na construção do bem viver, proposto desde as culturas ancestrais, em nosso continente: Abya Yala (e que foi nomeado de América, pelos colonizadores do Norte). É uma proposta para pesquisadores. As pessoas que podem mudar de maneira mais permanente as situações são os próprios afetados. Isso acontece quando entendem e concordam com a intenção de mudanças. Mas para definir o que precisam entender, devem ter a possibilidade de gerar perguntas, discuti-las, combinar consensos e expressar as questões consensuais no âmbito do seu território. Quando os atores sociais encontram respostas para as suas próprias perguntas, as propostas derivadas vão ser aceitas e assumidas mais facilmente. É daí que a trilha está pensada para ser aplicada pelos membros da comunidade (como pesquisadores de sua própria realidade), os ativistas dos movimentos sociais (como pesquisadores da vida, visando sua transformação) e/ou os pesquisadores de corte acadêmico (como pesquisadores com suas próprias motivações). Diante desta variedade, nossa intenção é articular falas, diálogos e esforços destes atores sociais, tendo como finalidade a compreensão do seu cotidiano, a possível mobilização e mudança social. Os pesquisadores de sua própria realidade chegarão dentre os diversos “protagonistas” dos diferentes setores, com interesses em jogo, para iniciar a exploração na dinâmica escolhida. Os termos “protagonista”, “setor social”, “comunidade”, são discutidos na publicação, junto com a expressão “dinâmica comunitária”. Você também tem a possibilidade de explorar situações comunitárias desde a perspectiva de um pesquisador externo, gerando suas perguntas, utilizando mecanismos para extrair os dados que precisa, talvez aplicando um questionário e sempre concordando com a sequência de um procedimento padrão. Vai, então, produzir os resultados e gerar interpretações, publicar seu artigo, preparar uma palestra, adicionar a publicação para o seu currículo e, uma vez feito isso, proceder para a realização de outra pesquisa. Ressaltamos que essa não é a nossa intenção, nas páginas que seguem. É outro esforço de descolonização. Geralmente nós, moradores e moradoras1 da Latino-América, recebemos as categorias e as definições geradas nos espaços do Hemisfério Norte, sem questionálas, nem pensar nos contextos originais ou nas intenções de seus criadores individuais, ou de seus promotores institucionais atuais. Esquecemos que todo sistema de categorização e toda definição parte de uma fundamentação explícita ou tácita. Como jeito típico do processo de colonização do conhecimento, e também das emoções e das crenças, as categorias e as definições conceituais principais são apresentadas como nãoobjetáveis. Vai se afirmando – nas escolas, nas universidades, nos centros de pesquisa, nos espaços de decisão sobre as políticas públicas latino-americanas, e em cada espaço da vida – uma cultura da padronização e da pacotização, acompanhada de um encurralamento e auto-encurralamento das possíveis vozes dissidentes2 . O mais que podemos fazer é jogar um pouco com as “definições operacionais” que não mudam a perspectiva. No entanto, existe um conjunto de pessoas que perguntam: “e por quê?” Declaramos que queremos exercer mais poder em nossas realidades. Preferimos criar nossas categorizações e desenvolver nossos próprios caminhos metodológicos. Nessa direção, apresentamos a proposta desta publicação. |
URI: | https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/2543 |
ISBN: | 978-85-64265-35-6 |
Aparece nas coleções: | Grupos e Coletivos |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Texto completo.pdf | Texto completo | 11,76 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.