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https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/3378
Título: | As metodologias de gênero no pró-semiárido |
Autor(es): | Siqueira, Ana Elizabeth |
Palavras-chave: | Agrobiodiversidade Agricultura familiar Áreas rurais Comunidades tradicionais Discriminação de gênero Identidade racial Igualdade racial Regiões semiáridas |
Data do documento: | 2024 |
Editor: | Imburanatec Design |
Citação: | SIQUEIRA, A. E. (Org.). As metodologias de gênero no pró-semiárido. Salvador, Bahia: Imburanatec Design, 2024. |
Resumo: | Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável da Região Semiárida da Bahia (Pró-Semiárido) têm como uma de suas estratégias de intervenção a perspectiva de gênero, com interfaces étnico- -racial e geracional. Para enfrentar o desafio de promover a equidade de gênero num projeto de desenvolvimento rural, na perspectiva de desconstruir preconceitos e práticas racistas, machistas e etárias em todas as ações desenvolvidas, a estratégia metodológica foi trabalhá-las de forma transversal e específica. Vale ressaltar, que as ações com enfoque de equidade de gênero no Pró-Semiárido tiveram uma rubrica com orçamento específico, desde o desenho do Projeto. Processualmente a transversalidade do tema de gênero, foi trabalhada de forma interseccional com as questões étnico-racial e geracional, ao garantir que o recorte de gênero esteja presente por dentro da estrutura de execução do Projeto e de todas aws ações dos Componentes do Fortalecimento do Capital Humano e Social e do Desenvolvimento Produtivo e de Acesso a Mercados, conforme o modo como se organiza o Projeto. Essa abordagem metodológica dentro de um projeto de desenvolvimento rural é vista como inovadora e inclusiva, ao tentar garantir e viabilizar a efetiva inclusão social, cultural, produtiva, organizacional, política e ambiental das mulheres agricultoras, principalmente, das mulheres indígenas, negras e das jovens, na perspectiva de equalizar as oportunidades. Porém, para a sua incorporação várias ações afirmativas e um longo processo de sensibilização e capacitação, foram essenciais para o entendimento e qualificação da equipe técnica sobre as relações sociais de gênero, as desigualdades étnico-racial, sociais, sexuais, econômicas, ambientais e geracionais, numa perspectiva feminista, desconstruindo a ordem de gênero patriarcal, classista, racista, sexista, etarista e homofóbica. A forma de trabalho específica com as mulheres, teve início com os encontros de mulheres que aconteceram nos Territórios Rurais1 , com o objetivo de desencadear um processo de sensibilização e questionamentos sobre os estereótipos e preconceitos relacionados a gênero, raça/ etnia, geração e sexualidade. Os encontros também foram um espaço de estímulo, animação e escuta das diversas mulheres camponesas, sobre o papel delas no universo rural e sobre as questões cotidiana das relações sociais de gênero, vividas por elas, que continuam reproduzindo os papeis tradicionais de homens e de mulheres, em suas famílias. Nestes momentos aconteceram ainda, reflexões sobre a contribuição das mulheres e seus protagonismos nas diversas atividades produtivas e reprodutivas. Nos encontros de mulheres, nos temáticos de mulheres, nos encontros étnico-racial, mistos e de jovens, elas, se prepararam e se capacitaram para a participação nos processos, e espaços sociais representativos, como associações e cooperativas, com uma maior consciência de si, de seu papel, ocupando cargos de poder com mais autonomia. A promoção da equidade entre homens e mulheres, como estratégia para se contrapor à dominação masculina, tentou desconstruir estereótipos de gênero, étnico-racial e oportunizar uma maior participação das mulheres, camponesas, quilombolas, indígenas, pescadoras, de fundo de pasto, assentadas, através da inserção delas em espaços públicos, organizativos, profissionais e produtivos. As mulheres em sua diversidade e os jovens (homens e mulheres) foram estimuladas a participar efetivamente das dinâmicas organizativas e de atividades produtivas, de capacitações temáticas, de comissão de controle social, como Agente Comunitário/a Rural (ACR), bem como de Redes, cooperativas, das associações comunitárias, e a assumir cargo diretivos, como presidente, tesoureira, secretária ou mesmo como sócias ativas de sua organização. O Projeto possibilitou a construção e experimentação de relações de poder mais igualitárias, motivando relações sem subordinação das mulheres e jovens, tentando quebrar com a perpetuação da opressão e da exploração, que geralmente as mulheres, sobretudo as mulheres indígenas, negras e pobres estão mais sujeitas. Durante estes encontros de mulheres foram discutidas várias temáticas, das quais aqui vamos abordar as relacionadas aos papeis produtivos e reprodutivos, à divisão sexual do trabalho, educação, violência e sexualidade, partindo sempre das experiências das agricultoras na instituição familiar e na associação comunitária ou de produção, por intermédio de seus relatos, já que são espaços onde conciliam atividades domésticas e laborais, cuidado com os filhos e filhas, trabalho nos quintais e na roça. Esta publicação irá apresentar todo o processo de implantação dessas metodologias, mas, principalmente, como elas foram capazes de impactar a vida das pessoas: mulheres, homens, jovens e crianças, como também à comunidade, o Território Rural e o próprio Projeto. Para que possamos compreender melhor essas transformações, traremos aqui a fala de um personagem fictício que irá nos guiar por esse caminho. Ele falará de si e das pessoas que ele observou e interagiu e os resultados advindos dessa imersão. Ele será o nosso guia por essa viagem desafiadora e extremamente gratificante que foi falar de Gênero, Geração, Raça e Etnia em comunidades rurais do Semiárido da Bahia. |
URI: | https://bibliotecasemiaridos.ufv.br/jspui/handle/123456789/3378 |
ISBN: | 978-65-984739-0-7 |
Aparece nas coleções: | Sociedade, Educação e Saúde |
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