Resumen:
Nesta edição do Floriô, em especial, vamos conversar sobre o acesso à água enquanto política pública de convivência com o semiárido; guardar na abundância para usar na escassez, reservando a água da chuva para usar na estiagem. É com essa água que as agricultoras e agricultores regam plantações, cozinham, fazem um cafezinho ou chá e matam sua sede. Isso mantém o quintal de famílias agricultoras no nosso semiárido vivo e produtivo o ano todo. A convivência com o semiárido envolve uma série de técnicas, práticas, métodos e saberes construídos a partir da educação popular, aliando os conhecimentos tradicionais aos conhecimentos científicos, tratando de temas como agricultura, água e alimentos: plantar e criar espécies adaptadas ao clima; reservar, preservar e reutilizar a água; estocar e conservar alimentos para animais, e, assim, trazer dignidade, redução da pobreza e extrema pobreza no campo e reduzindo o êxodo rural. Trata-se do pulsar da vida, da alegria e da felicidade no sertão! É preciso resistir e ressignificar o nosso bioma. O semiárido brasileiro é composto pela quase totalidade dos estados do Nordeste, somada ao norte de Minas Gerais e a parte do Espírito Santo. Possui como característica climática o regime de chuvas esparsas. Tal característica é historicamente chamada de seca, tendo sido vista no passado como um problema em si e a causa das desigualdades sociais no semiárido nordestino e cearense; as políticas públicas se baseavam então no enfrentamento à seca. Atualmente, porém, se vive uma reviravolta no modo de pensar e agir no semiárido, resultando em novas políticas públicas complementares entre si, partindo do entendimento do bioma Caatinga e suas características. Tendo isso em vista, hoje se promove a convivência com o semiárido, entendendo que este bioma é rico e abundante de recursos socioambientais, necessitando-se de ações contextualizadas com esta realidade.