Algodão em consórcios agroecológicos: um modelo de sustentabilidade para agricultura familiar no semiárido do nordeste do Brasil: parte 3: estratégia metodológica, impactos e conhecimentos gerados

Abstract

No ano de 2017 surgiu a ideia de retomar essa iniciativa. Assim, uma parceria firmada entre a Diaconia e o Instituto C&A permitiu a realização, pela Diaconia, entre outubro de 2017 e março de 2018, de um trabalho de diagnóstico da realidade e de mobilização das famílias e entidades nos diversos territórios envolvidos com a temática do ‘algodão em consórcios agroecológicos’ no tempo no PDHC/Projeto Sertão. O trabalho mostrou que os ‘consórcios agroecológicos’ não tinham desaparecido após o encerramento daquela iniciativa, mesmo que a ‘grande seca’ de 2012 – 2018 tenha tido um impacto negativo nos roçados dos territórios. A partir das conclusões do estudo, julgou-se importante criar uma iniciativa que venha estimular uma retomada da dinâmica positiva de expansão quantitativa e qualitativa dos ‘consórcios agroecológicos’. Constatou-se que, para tal, seria crucial apoiar os OPACs – entidades referência de cada território criadas na época – embora a situação fosse diferente em cada um dos territórios a serem atendidos (DIACONIA, 2018b). Neste contexto, renasce o Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos. Essa ação, coordenada pela Diaconia, tendo o apoio financeiro do então Instituto C&A, atualmente é Laudes Foundation, teve início em agosto de 2018. Desde o primeiro momento estabeleceu parcerias estratégicas com a Embrapa Algodão, a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e organizações locais (ONGs e OPACs) em sete territórios do Semiárido brasileiro: Serra da Capivara/PI, Sertão do Apodi/RN, Sertão do Cariri/PB, Sertão do Pajeú/PE, Sertão do Araripe/PE, Alto Sertão Alagoas /AL e Alto Sertão Sergipano/SE (Figura 1). Ao longo da caminhada, o Projeto incorporou como apoiadores o Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola (FIDA)/AKSAAM/UFV/IPPDS/FUNARBE e a Inter American Foundation (IAF).