Educação contextualizada para a convivência com o semiárido brasileiro: debates atuais e estudos de caso

Abstract

A alfabetização plena, que permite a leitura de um texto com maior ou menor desenvoltura, mas que, sobretudo, viabiliza o entendimento, a interpretação e a possibilidade de analisar criticamente o texto lido, é o primeiro passo de um programa sólido de aprendizagem. Os estágios que se seguem ao exercício puramente mecânico da leitura são facilitados quando o texto guarda relação com a realidade do leitor, seja porque trata de aspectos de sua comunidade, do mundo físico que habita (rural ou urbano) ou da sua cultura. O texto contextualizado facilita a identificação do leitor com a ideia transmitida, a rápida absorção da mesma e a possibilidade de, posteriormente, avaliá-la criticamente. Sem dúvida, esse novo conhecimento, interpretado e assimilado pelo leitor, tem um poder transformador. A difusão da ciência, da tecnologia e da inovação é uma das funções destacadas na missão do Instituto Nacional do Semiárido. Essa difusão, para ser alcançada, pressupõe indivíduos plenamente alfabetizados, o que não é a realidade no âmbito da região semiárida. Assim, essa região, com sua marcada diversidade, rica em ambientes e atividades, é um espaço multicultural particularmente propício para o exercício criativo do ensino contextualizado. Foi diante dessa realidade que o Insa entendeu ser necessário apoiar ações nessa temática, promovendo projetos para Capacitação de Educadores e Agentes de Extensão em Educação Contextualizada em sete Estados da região semiárida. Uma vez atingidos os objetivos inicialmente propostos pelos projetos, cabe agora a missão de restituir e compartilhar com a sociedade os conhecimentos adquiridos. Este livro que está sendo lançado pelo Insa, intitulado “Educação Contextualizada para a Convivência com o Semiárido Brasileiro: debates atuais e estudos de caso” é uma coletânea de artigos que tratam de diversos temas relacionados à Educação Contextualizada. Propomos que não seja visto como um ponto de chegada, um final de caminho, uma descontinuidade. Pelo contrário, propomos que seja analisado criticamente, debatido, que dele surjam novas alternativas e propostas, enfim, que represente mais um passo em um contínuo caminhar, criando novas leituras e oportunidades de crescimento intelectual.