O Projeto viva o semiárido e a contribuição para o desenvolvimento da apicultura do Piauí

Abstract

OPiauí se destaca no cenário nacional da Apicultura pelo elevado potencial na produção de mel de excelente qualidade da espécie Apis mellifera L, a maior parte dele Orgânico como aqueles produzidos pela Cooperativa COMAPI, sediada em Simplício Mendes, Território do Vale do Canindé e pela Central de Cooperativas Casa APIS, sediada em Picos, Território do Vale do Guaribas. A Apicultura, criação racional de Abelhas, vem crescendo no Estado do Piauí desde os anos 80. Inicialmente, teve uma conotação mais ecológica, organizativa e voltada para a melhoria da alimentação. Já na virada do século, tomou uma conotação comercial e vem ocupando espaço cada vez maior na Economia dos Municípios produtores. Atualmente, assume um papel importante na pauta dos produtos de exportação do Estado, estando entre os cinco (5) maiores produtos de exportação do Piauí. O mercado externo vem, a cada dia, sinalizando para produtos mais saudáveis e de origem conhecida e rastreada. Recentemente, boa parte dos produtores de mel do Piauí aderiu para o sistema orgânico para obter melhores preços nos seus produtos e para se alinhar com a tendência mundial do consumo de alimentos. A atividade apícola está vinculada a uma das Cadeias Produtivas mais organizadas no Estado. Há uma Central de Cooperativas (Casa Apis) e duas Cooperativas (COMAPI e CODEVARP) que funcionam nos moldes de Central, abrigando várias Associações de Apicultores. Existe, ainda, várias outras Cooperativas Singulares e Associações de Apicultores, além de Associações Comunitárias e de Trabalhadores Rurais que têm na Apicultura a atividade comercial mais forte. Somam-se a essas estruturas organizativas os vários grupos informais de Apicultores. Através da Lei Nº 7358 de 10/02/2020, foi criada a Política Estadual para o Desenvolvimento e Expansão da Apicultura e Meliponicultura e instituído o Programa Estadual de Incentivo à Apicultura e 10 Meliponicultura - Proamel, no âmbito do Piauí, com o objetivo de fomentar e fortalecer a atividade no Estado. A Lei, além de criar o Programa, disciplina todas as ações da Apicultura e Meliponicultura, o que trouxe mais segurança aos investidores na área. A Apicultura no Piauí envolve, no seu entorno, um conjunto de instituições que trabalham e estimulam o fomento, a capacitação, o financiamento, a pesquisa e a comercialização na área. Essa rede de instituições, como EMBRAPA – Meio Norte, UFPI, IFPIs, SEBRAE, SENAR, CODEVASF, BNB, UESPI, EMATER, SAF e ONGs funcionam como catalisadoras das ações voltadas para a Apicultura e permitem, num trabalho integrado e em parcerias, a potencialização dos investimentos destinados para a área. Muitas ações já foram desenvolvidas e apresentaram bons resultados a partir das ações do Governo do Estado, Codevasf, Senar, Sebrae, BNB e os demais. A título de exemplo, o Projeto Viva o Semiárido (PVSA), do Governo do Estado em Parceria com o FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), com atuação em 5 dos 12 Territórios de Desenvolvimento, atendeu, nos últimos 5 anos, diretamente a quase 3 mil Apicultores, bem como distribuiu cerca de 30 mil novas Colmeias, construiu ou reformou mais de 40 casas de mel, além de ter ajudado a modernizar o processo de embalagem e embarque de mel para exportação. Esses resultados levaram o FIDA, em parceria com o Projeto Viva o Semiárido, a encomendar um trabalho junto à Universidade Federal de Viçosa, através do Projeto AKSAAM, para identificar a contribuição do Projeto Viva o Semiárido no crescimento da Apicultura no Estado. Os principais resultados agora são publicados neste documento, que apresenta os relatos, as informações e os resultados identificados nos estudos de caso dos Projetos apoiados pelo Projeto Viva o Semiárido.